quarta-feira, 27 de maio de 2015

Aprendendo além da escola

Meu filho no seu aniversário pediu para viajar comigo e com o pai. Tirei férias na semana do parabéns dele a fim de proporcionar isso.
Nós sempre viajamos desde que o pequenino nasceu e sempre procurando novas experiências em família, mas ultimamente nos fins de semana o pai tem trabalhado muito e não temos tido a chance de fugirmos para as estradas. Portanto, não é à toa o pedido dele.
Algumas pessoas questionaram a decisão, já que meu filho teria que faltar dois dias de aula.
Bem, sobre isso, por não ser tão partidária da escola, acredito que uma criança viajando com a família, em momentos de descontração e prazer, aprendem tanto ou mais que na escola. Durante a viagem, surgem oportunidades de aprendizagem. É claro que se os pais estiverem atentos a isso podem estimular sem serem professorais e formais.
Viajamos pela Chapada Diamantina, por três cidades diferentes. Foi possível observar o clima (por que uma cidade é fria e outra não?), vegetação, cultura (comidas locais) e história (o garimpo). Além disso, visitamos um museu em que tinham objetos de uso diário, como: o ferro de passar roupa a carvão, rádios antigos, objetos do garimpo e até palmatória. Além de se divertir, ele aprendeu muito.
Veja mais sobre aprender na viagem no endereço abaixo:



terça-feira, 5 de maio de 2015

Novos Rumos

Terminei o curso de Pedagogia em novembro de 2014.
Fiz os estágios que faltavam na Escola Municipal Aristides Novis na Federação. Gostei tanto, pois pude confrontar muitas das teorias com a prática. Pude ver e sentir a importância do professor na vida das crianças que, em muitos casos, tem uma família desestruturada e pouco ou nenhum afeto. A realidade é nua e crua e também machuca (algumas vezes chorei ao chegar em casa).
Vi também como a escola, em relação aos conteúdos, ainda precisa dar um salto. E isso eu digo em relação tanto à escola pública como a particular. Foi sobre esta temática que falei no meu memorial - "Escola para que? Reflexões sobre o modelo de escola que queremos".
Através da escrita do memorial e durante o curso de Pedagogia, tive a oportunidade de pensar sobre educação e o papel da escola.
Educação vai além da escola. É um processo de transformação e descoberta do mundo, como também, significa troca, diálogo. É subjetivação e acontece a todo momento na vida. Essa é uma das poucas certezas que tenho ao final desse ciclo: não se aprende apenas no espaço escolar, mas em qualquer lugar.
Não acredito nesse formato que aí está dessas instituições escolares. É ainda o mesmo modelo de meu tempo de estudante (20 anos atrás): excludente, que não estimula o pensar e o pesquisar, com aulas expositivas, conteúdos descontextualizados e processo centralizado no docente.
Basta ouvirmos as crianças e jovens para confirmar a crise dessa configuração de escola. Os alunos não conseguem se sentir atraídos pelo espaço escolar, resultando, muitas vezes, em indisciplina e evasão. Utilizando as palavras de CANÁRIO (in MOSÉ 2013), é fundamental “pensar a escola a partir do não escolar.”
Sabe-se que mudanças demandam tempo e, conforme observei nessa caminhada, algumas colegas que já exercem a profissão, calejadas pelas condições de trabalho, perderam os sonhos relacionados a transformações na educação.
Compreendo que seja difícil manter viva a esperança quando o dia a dia lhe oprime.
Mesmo assim, tenho a utopia de participar da construção de uma nova forma de ensinar e aprender, seja na escola ou em outro formato. Segundo PIZA (in GRAVATÁ 2013):

“Inovação, na esfera da educação, está relacionada à coragem de romper com formatos conhecidos para fazer diferente, reconhecendo que nem sempre o que é uma solução inovadora para uma escola ou cultura será replicável em outra.” (p. 272).

 Após pesquisar sobre várias experiências bem-sucedidas, acredito ainda mais em minha profissão como transformadora e espero poder colaborar para a formação de sujeitos críticos, autônomos e participativos.
Para finalizar, faço minhas as ideias de ANTUNES (in MOSÉ 2013) sobre a escola do futuro:

“é aquela em que o aluno, essencialmente, vai buscar aprender a aprender. Ele não vai aprender coisas, as coisas são ferramentas para o processo do aprender. E a escola será aquele centro de aprendizagem que vai abrir a sua perspectiva de saber ler, de saber ver, saber dizer, saber falar; enfim, tornar-se proprietário de todos aqueles elementos que dão a plenitude da dignidade ao homem. Essa é uma escola que não renuncio à esperança de ainda vê-la.” (p. 207).

Com a conclusão do curso, o blog toma novos rumos: exposição de ideias sobre educação.

Fontes:

GRAVATÁ, André Gravatá et al. Volta ao mundo em 13 escolas. São Paulo : Fundação Telefônica : A. G., 2013, 288 p. Disponível em < http://educacaosec21.org.br/wp-content/uploads/2013/10/131015_Volta_ao_mundo_em_13_escolas.pdfem 23/07/2014.

MOSÉ, Viviane. A Escola e os Desafios Contemporâneos. 2A edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.