sábado, 21 de abril de 2012

Pro Dia Nascer Feliz (2006)


 1.2012






Pela Disciplina Educação e Cidadania, tive que assistir o documentário "Pro Dia Nascer Feliz", do diretor João Jardim. Mas, na verdade, já havia assistido um tempo atrás.

Bem, começa com imagens e narrativa de um filme dos anos 60 sobre a juventude transviada e questionando se a solução não seria a escola.
Depois pula 40 anos e mostra o que mudou: há escola para todos, mas poucos terminam os estudos e desenvolvem a leitura e a escrita para as práticas sociais.
É assim que o documentário inicia a sua jornada, apresentando cotidianos escolares de regiões diversas do Brasil, desde uma pequena escola em Manari/PE até uma escola de elite na capital paulista.
Mostra realidades que faz o espectador refletir e confirmar a escola como reprodução da sociedade, principalmente pelas situações de violência não só física, mas simbólica, alimentando um ciclo de exclusão social.
Começando pelos professores, o documentário apresenta-os nas escolas públicas como trabalhadores desvalorizados, vítimas do descaso do Estado e da violência por parte dos alunos. Uma professora carioca e uma pernambucana argumentam que os docentes andam desestimulados por causa do desinteresse dos estudantes e mesmo os profissionais mais participativos se sentem massacrados pela estrutura, condições de trabalho e política educacional brasileira.
Talvez, por isso, esses professores violentados pelo Estado também pratiquem contra seus alunos o mesmo ato, acabam legitimando o discurso do fracasso e da incompetência. Como no caso da garota Valéria (Manari/PE), que, apesar de todos os obstáculos, escreve poesias, mas é desacreditada de seu talento  pelos docentes de sua escola.
E não para por aí, as escolas mostram-se distantes da realidade dos alunos, transmitindo-lhes um “ensino” descontextualizado  e homogeneizador, sem respeitar diferenças. Como prender a atenção e o interesse de adolescentes, quando o mundo lá fora parece mais rico? Essa situação pode ser observada no documentário tanto nas escolas públicas quanto na escola particular, que em sua maioria têm-se garotas e garotos sonolentos e dispersos.
Entretanto, a divisão de classes é visível, já que os alunos do colégio de elite são cobrados, pressionados e preparados para o mercado, para conquistar trabalhos bem remunerados e socialmente valorizados. A violência nesse caso é praticada não só pela escola, mas também pelos pais em busca da dita qualidade.
No caso dos estudantes de escolas públicas, a eles são reservados futuramente subtrabalhos ou trabalhos mal remunerados e desvalorizados. É a escola servindo para manter o status quo, violentando adolescentes e crianças, sem formar cidadãos, mas indivíduos para aceitar o seu “destino social” como culpa deles mesmos.
O documentário ainda mostra garotos que vivem tentados pela criminalidade, uma garota contando como assassinou a facadas uma colega no pátio da escola e outra que desistiu de estudar por conta das ameaças de colegas.
E, mais uma vez, essa escola se apresenta como um retrato dessa sociedade. Essa última cruel, antidemocrática, sem limites e sem respeito ao outro,  em que políticos roubam, não são culpabilizados e punidos, em que a cultura da violência/morte está em voga e a mídia alimenta os desejos de consumo para poucos. Esse é o retrato da realidade que alimenta a escola.
Mas iniciativas como esse filme servem para refletir e abrir o debate sobre a educação e a juventude. Muito além de escolas públicas e particulares, deve-se priorizar  a educação como elemento fundamental para formar cidadãos e interromper esse ciclo perverso e violento de exclusão.
1.2012


Referências
ABRAMOVAY, Miriam. Educar, Condicionar ou  Punir. Disponível em:  <www.miriamabramovay.com> Acesso em: 13/04/2012.

BANDEIRA, Lourdes e BATISTA, Analia Soria. Preconceito e Discriminação como Expressões de Violência. Disponível em:  <http://www.scielo.br/pdf/ref/v10n1/11632.pdf >  Acesso em: 13/04/2012.

 Acesso em: 13/04/2012.

TEIXEIRA, Alexnaldo Rodrigues e AZEVEDO, Eulália Lima.  Aula 04Ética e Educação: Uma Introdução In: UNIVERSIDADE SALVADOR - UNIFACS. Módulo da disciplina Educação  e Cidadania: curso de Pedagogia. Salvador: Unifacs EaD, 2012 p.691 a 706.

TEIXEIRA, Alexnaldo Rodrigues e AZEVEDO, Eulália Lima.  Aula 05Violência e Instituição Escolar. In: UNIVERSIDADE SALVADOR - UNIFACS. Módulo da disciplina Educação  e Cidadania: curso de Pedagogia. Salvador: Unifacs EaD, 2012 p.707 a 720.

TEIXEIRA, Alexnaldo Rodrigues e AZEVEDO, Eulália Lima.  Aula 06Racismo: Representações e Vivências do Preconceito na Escola. In: UNIVERSIDADE SALVADOR - UNIFACS. Módulo da disciplina Educação  e Cidadania: curso de Pedagogia. Salvador: Unifacs EaD, 2012 p.721 a 730.

domingo, 1 de abril de 2012

Estudo Histórico

"Embora não sejamos capazes de voltar ao passado, nem de chegar ao futuro, nem mesmo de manusear o presente, somos, mesmo assim movidos pelo eterno e incansável desejo de saber. E queremos o saber não só para nos apropriarmos dele, mas queremos nos apropriar do saber para possuirmos elementos de manipulação. O saber, portanto é uma das dimensões da política que é um dos braços da economia que interfere nas relações sociais e, portanto, interfere em nossas vidas cotidianas. Estudamos história não por amor ao passado, mas porque queremos interferir em nosso cotidiano, que é um presente fluído, constante e virtuosamente sendo arremessado ao passado." (CARNEIRO, 2008)

Ontem, 31/03/2012, foi a apresentação da atividade de Pesquisa e Prática Pedagógica II sobre Estudo Histórico.
Devíamos, em grupo, escolher um colégio para estudar sua história, proposta político-pedagógica, suas peculiaridades e especificidades.
O meu grupo escolheu o ISBA, colégio em que estudei de 1987 a 1993 e em que a outra colega possui uma filha que hoje estuda lá.
O estudo histórico foi muito gratificante de fazer, pois, apesar de ter estudado lá, não conhecia todo o percurso da irmã Maria Alice até a formação e construção do ISBA.
Outro ponto importante foi entender que nada é estanque, ou seja, as mudanças e decisões (pedagógicas e estruturais) do colégio estão ligadas ao contexto, ao que acontece em sua volta.
Além disso, conhecer a história, ajuda-nos a entender o presente, como chegou a tal ponto e, como educadores, entender todo o caminho pedagógico percorrido pela instituição.
A minha crítica fica por conta da forma de trabalho (em grupo) porque, em um curso EAD, as pessoas têm muito pouco tempo ou moram no interior do Estado, fica difícil se reunir e debater, o que quase sempre acaba sobrecarregando um/dois integrantes.
Outra observação é o prazo, senti-me um pouco frustrada por não ter um tempo adequado para um trabalho mais completo, mais profundo. Ainda mais um colégio como o ISBA, em que os profissionais não estão à disposição, precisa agendar, entre outras ações.
Como dificuldade foi o trancamento do curso por uma das colegas da equipe (desfalque) e que era responsável pela pesquisa inicial, atrasando e encurtando ainda mais o nosso prazo.
Contudo, os frutos colhidos são positivos.
Para mim, particularmente, atualizou a imagem “congelada” do ISBA em minha memória e, como aspirante a educadora, pude analisar pontos do colégio que nunca havia observado.
Abaixo estão os slides do trabalho apresentado:




















Referência:

CARNEIRO, Neri de Paula. O Porquê do Estudo Histórico. Disponível em http://www.webartigos.com/artigos/o-porque-do-estudo-historico/5230/ Acesso em 01/04/2012